1.“Luís Filipe Menezes não tem muitas ideias para o país e as que tem são péssimas”. A frase não é minha é de um discreto militante do PSD que tenho como sério e sempre pouco disponível para as tricas partidárias. Se provas faltassem eis que as anunciadas no último Congresso do PSD, tais como a nova Constituição e o fim do Tribunal Constitucional, mostram à saciedade que o “novo” líder do PSD está longe de ser uma mais valia ao país e à oposição. Menezes é, e sempre foi, um pequeno terrorista. São conhecidas as suas manhas, as suas afrontas, a sua forma de estar na vida e na política. Sob uma capa de sedutor esconde-se uma personalidade austera, pouco sensível a princípios e a éticas políticas. Tido como enfant terrible, exagera nos tiques autoritários, sem classe nem estilo próprio. No PSD todos se recordam do homem que foi sempre contra, só por ser, sempre na esperança de um dia surgir a oportunidade de um PSD fraco, desgostoso com as suas elites, que caísse nos braços do primeiro que virasse a esquina.
Aquilo que aconteceu ao PSD nos últimos dois anos foi um autêntico coup d'état interno. Santana Lopes, ferido de morte mas não morto, define uma estratégia de assassinato político do líder, nem que isso se fizesse com uma boa dose de terra queimada. Menezes é o escolhido. Forte o suficiente na aparência, mas manobrável nas atitudes, é a figura de estilo que convém a Santanistas e a Barrositas parasitários. Marques Mendes enfraquece a olhos vistos. Sem o apoio dos “barões”, que parecem aceitar que o partido terá de bater no fundo antes de se preparar para ser Governo lá para 2013, satisfeitos q.b. com a governação de Sócrates, e tranquilos com a presidência de Cavaco, Mendes recebe a extrema unção na gestão atribulada do caso Lisboa, toda ela preparada pelos operacionais de Santana. Menezes e Santana tinham a sua oportunidade. Mas as directas são imprevisíveis, prova disso a campanha nervosa. Mas encontram o lema certo, “o grito do Ipiranga” das bases do PSD, oprimidas durante décadas e tratadas como desadequadas pelas elites presunçosas. Ao longo da História, seja de países seja de instituições, houve momentos de revolta dos descamisados, dos incompreendidos, dos injustiçados, aqueles que acham que merecem mais do que tem, daqueles que se acham guardados para os grandes feitos nunca percebendo que são os momentos que fazem os grandes homens e não o contrário. Mas se há algo que a História mostra é que dessas revoltas resultou sempre que o grosso dos descamisados permaneceu descamisado.
Há mais de dez anos que Menezes proferiu a célebre frase dos “sulistas, elitistas e liberais”. Estivesse ele a candidatar-se a Beja ou a Faro e falaria certamente nos “nortistas, elitistas e liberais”. Querendo expurgar-se desses tempos fraccionários, fica-lhe bem dizer que essa “é uma frase antiga, de outra época”. Mas não é. Menezes é um cata-vento que vira para onde a brisa sopra. O caminho de Menezes é o da confusão, da mistura, da amálgama.
Alguém escrevia que este PSD rasteiro é dominado por aqueles que guardam o rancor de nunca terem passado de Secretários de Estado sofríveis. Cavaco lá teria os seus motivos.
No PSD permanecem na sombra os especialistas do “ciclo político”, exímios na gestão das ausências, agora que estão na ribalta aqueles que são os especialistas na gestão das presenças. Esperemos que aquele PSD ainda tenha vontade de matar este PSD. Mais do que Sampaio e o PS foi um certo PSD que eliminou Santana Lopes e que salvou o país do desvario.
Há mais de dez anos que Menezes proferiu a célebre frase dos “sulistas, elitistas e liberais”. Estivesse ele a candidatar-se a Beja ou a Faro e falaria certamente nos “nortistas, elitistas e liberais”. Querendo expurgar-se desses tempos fraccionários, fica-lhe bem dizer que essa “é uma frase antiga, de outra época”. Mas não é. Menezes é um cata-vento que vira para onde a brisa sopra. O caminho de Menezes é o da confusão, da mistura, da amálgama.
Alguém escrevia que este PSD rasteiro é dominado por aqueles que guardam o rancor de nunca terem passado de Secretários de Estado sofríveis. Cavaco lá teria os seus motivos.
No PSD permanecem na sombra os especialistas do “ciclo político”, exímios na gestão das ausências, agora que estão na ribalta aqueles que são os especialistas na gestão das presenças. Esperemos que aquele PSD ainda tenha vontade de matar este PSD. Mais do que Sampaio e o PS foi um certo PSD que eliminou Santana Lopes e que salvou o país do desvario.
Mas lembremo-nos do conselho de Mário Soares: é melhor não nos rirmos. Estes são tempos de preocupação, de atenção redobrada, o tempo dos “golpes-baixos”. À falta de competência surge a intriga, à falta de ideias, emerge a idiotice.
5 comentários:
Só lamento que tudo seja reduzido, ou magnificado, a um partido. Menezes há em todo o lado, no PS também.
Acho o homem foi amassado, ainda que não na mesma fornada, mas certamente no mesmo alguidar que o Telmo Faria.
O Telmo Faria é um dos grandes apoiantes de Menezes. O PSD que foi um partido respeitável com Sá Carneiro e Cavaco Silva caíu agora no populismo (o mesmo de Santana Lopes).
Grande peça, o Moenezes e este artigo.
Gostei muito do artigo. embora seja apoiante do governo actual,acho péssimo que a oposição seja o que tem sido e o que se prevê venha a ser... Uma oposição forte e empenhada é importante para uma governação justa, rigorosa e eficaz! com Meneses e Santana Lopes não me parece que vamos bem...
O Telmo é mais parecido com o Santana Lopes do que com o Menezes. Há quem diga que o Menezes é um segundo Santana Lopes ...
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