quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Mais um momento infeliz

Quem esteja atento à política do dia -a-dia percebe que os primeiros tempos da liderança de Luís Filipe Menezes no PSD está longe de ser brilhante. Prova disso, entre muitas outras, o facto de um dos mais destacados dirigentes do PSD, Rui Gomes da Silva, ter sentido a necessidade de vir responder à politóloga Ana Paula Garcês na sequência do artigo desta sobre o líder do PSD no Diário Económico de ontem. O artigo em causa, não sendo elogioso para Menezes, era apenas mais um entre muitos que o tratam como pãozinho sem sal. O artigo nem era brilhante e revelava-se pouco apelativo. Ninguém deu por ele. Ninguém não, Rui Gomes da Silva, fiel servidor do mestre, não perde tempo e exige direito de resposta. No seu artigo de hoje com o sugestivo título "Um líder com provas dadas", Rui Gomes da Silva dá bem mostra do que é a liderança do PSD, uma liderança insegura, a exigir marcação a tudo o que ladra.
Num desfiar rídiculo de qualidades e atributos de Menezes, do seu percurso académico brilhante, à sua passagem "sem mácula" pelo Governo de Cavaco, às vitórias esmagadoras em Gaia (onde o PSD sempre venceu), todo o artigo é uma rábula mal conseguida. Omitindo estratégicamente os defeitos, que todos temos, os tiques separatistas contra as eleites sulistas, a inutilidade da função governativa desempenhada, as dívidas escandalosas do municipio de Gaia, Rui Gomes da Silva até engole o discurso de Menezes no Pombal em que classificou de caótico o Governo PSD/PP de que Gomes da Silva fez parte.
Mas o supremo rídiculo de Rui Gomes da Silva reflecte-se num pormenor delicioso. Tratando o Dr. Luís Filipe Menezes por "Dr.", com "D" maiúsculo, trata a politóloga por drª. Ana Paula Garcês, com "d" minúsculo. É nestas coisas que se percebe que este PSD é mesquinho e irrelevante.
E como se trata de um jornal económico, e tendo o artigo sido usado apenas para questões de política menor, nada como terminar escrevendo que os portugueses estão inquietos com o desemprego e o vazio no fundo da carteira, como se nos 3 anos em que o PSD foi Governo e nos 6 meses em que o Dr. Gomes da Silva foi Ministro, os portugueses também não sentissem o vazio no fundo da carteira e, mais grave ainda, o vazio de ideias e de políticas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sem dúvida, mais um momento muito infeliz... Isso chama-se " a voz do dono"...

Anónimo disse...

A pretendida renovacao de Filipe Menezes e muito fraca ...